Reproduzimos a carta que o escritor brasileiro Paulo Soriano enviou ao professor Estraviz para acusar recibo do livro Conversas com Isaac Alonso Estraviz.
Paulo Soriano e Isaac A. Estraviz em Santa Marinha de Águas Santas
CARTA
Preclaro amigo Isaac:
Foi com imensa satisfação que, ao chegar ao trabalho, à
noite, me deparei com a encomenda que, desnudada, revelou o
livro Conversas com Isaac Alonso Estraviz.
Pus-me a lê-lo de imediato. A leitura, por agradável e
interessantíssima, produziu-se por longas horas, que se
passaram tão rapidamente que eu mal percebi.
Foi muito bom conhecer mais sobre as suas origens e
trajetória de vida, tão imbricada com a da Galiza
contemporânea.
Já ao início, encantou-me - e não poderia ser diferente -
as histórias de mortos contadas pelos mais velhos, a Santa
Companha e os Mouros e Mouras...
Também achei interessante o método coercitivo de empecilho
de comunicação em galego entre os oblatos, mediante o
engenhoso (e cruel) emprego da moeda "cadela".
De fato, há tantas coisas interessantes. Pelo seu trajeto
de vida pude assimilar muito mais o problema galego, desde a
ditadura de Franco aos dias atuais.
Decerto que me envergonhou um bocado o fato de o amigo ter
sido furtado no Rio de Janeiro, do qual decorreram tantas
dificuldades...
Mas há, em contraponto, tantas coisas interessantes, que
me custaria demasiado enumerá-las, a exemplo dos seus tempos
de monastério, da luta derredor do dicionário, da sua
participação importantíssima nos primórdios do Acordo, da
criação da AGAL, de sua relação com Ricardo Cavalho Calero e
outros importantes intelectuais galegos, do primeiro batizado
em galego, a par das deliciosas anedotas.
Amigo, muito obrigado. Fiquei imensamente feliz com o
presente! Este me deixou ainda mais orgulhoso de ser seu
amigo.
Se você puder, agradeça, também, por mim ao Penabade.
Peço que dê um abração na Manuela.
Um forte abraço.
Paulo Soriano
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